Antes de se iniciar o trabalho com armas de fogo, é preciso se ter em mente como o operador deve se portar quanto a seu equipamento, especificamente aqui, a arma de fogo:
- Tratá-la sempre como ferramenta de trabalho;
- Ter intimidade com sua arma de fogo;
- Entender seu funcionamento;
- Entender as consequências do uso da arma de fogo;
- Respeitar a arma de fogo.
Assim, elegem-se algumas regras de segurança para instruções com armamento:
1. Controle de Cano - o cano deve ser apontado a um alvo somente quando se está disposto a assumir o risco de um disparo. Caso contrário, o operador estará varrendo algo que não é para ser varrido. Para qualquer deslocamento ou mesmo em posições estáticas, o cano deve estar apontado para uma posição segura. Algumas técnicas serão passadas neste sentido.
2. Dedo reto, ou seja, fora do Gatilho e Guarda Mato: o dedo somente vai para o gatilho na hora do disparo, caso contrário se encontra reto, paralelo ao cano.
3. Arma Travada ou Cão Rebatido: para armas de ação simples (trabalham engatilhadas) recomenda-se que se treine e se use a trava de segurança, porque o gatilho destas armas tende a ser bem mais sensível do que as que funcionam em ação dupla.
4. Arma no Coldre ou Bandoleira - em uma instrução, a arma somente sai do coldre, ou se manuseia quando longa, com a ordem do instrutor.
Não há o que se discutir quanto ao benefício do uso de equipamentos desenvolvidos especificamente para certas atividades. Na polícia não é diferente. Em uma pesquisa realizada pelo FBI, verificou-se que 22% dos policiais mortos ou feridos em serviço, pereceram em razão de estarem portando coldres e cintos considerados impróprios para o uso ostensivo. Desse percentual de vítimas, 9% foram atingidos antes de sacar a arma porque a construção do coldre não permitia uma apresentação rápida da mesma (saque). 11% tombaram mortalmente porque tiveram suas próprias armas arrebatadas pelo marginal quando em luta corporal; 02% em razão da queda da arma, face o coldre não possuir um sistema de retenção adequado.
Partindo-se daí, existem dois tipos essenciais de portes de arma:
- Porte Ostensivo = utilizados por policiais devidamente identificados, fardados ou guardas uniformizados. e
- Porte encoberto = este dividido em Porte Velado (imposição legal) e Porte Secreto (escondido).
Antes de exemplificar alguns exemplos de porte, cabe ressaltar que a princípio não há porte errado, mas há certas ocasiões mais indicadas para certos tipos de porte, porém é importante que o policial tenha um que use no dia-a-dia, e treina seu saque de acordo com o porte que escolheu.
MEXICANO
O jeito correto para o porte é o seguinte:
Isto porque na hora de se empunhar a arma, a maior parte dos dedos ira pelo espaço contrário ao corpo, e somente o polegar entra entre as costas e a arma do policial. Evidentemente, mesmo com treinos, este porte tem a desvantagem de um saque mais demorado, a sua vantagem é a dissimulação quanto a quem vem da frente do policial.
FRONTAL DIRETO
Este saque apresenta uma falsa sensação de segurança e conforto; a retenção dele é prejudicada em ataques pela frente bem como o saque, porque o agressor pode facilmente identificar e travar um saque somente segurando o braço do policial. Além disso, fica a arma constantemente varrendo a perna e os órgãos genitais de quem está portando a arma. Porém pode ser indicado em serviços velados, principalmente quando em motos.
FRONTAL CRUZADO
Bom para serviço de segurança de dignitários, pois o policial pode manter a mão empunhando a arma escondida pelo paletó. O saque fica prejudicado, bem como a retenção assim com o é no frontal direto.
SUB-AXILAR
Bom para quem está dirigindo ou no caso de pilotos de aeronave, com a ressalva de que num helicóptero, por exemplo, a arma fica apontando para sua tripulação no banco de trás. Também útil para trabalho de segurança, mas a empunhadura fica mais escrachada que no porte frontal cruzado. O saque é prejudicado e este porte oferece a arma para uma ameaça, ou seja, fica mais fácil para uma ameaça sacar que o próprio policial.
LATERAL CRUZADO
Movimento do saque prejudicado e pobre em retenção. Em geral quem usa este porte não tem ideia do que está fazendo.
LATERAL DIRETO
Lateral direto é o mais indicado para uso diário, ele tem boa retenção, o policial consegue afastar a arma da ameaça e efetuar um saque efetivo, e o movimento fica mais natural para saque.
TORNOZELO
O primordial é forma correta de ser efetuado o saque, qual seja, o coldre deve ficar na perna contrária da mão que efetua o saque. O policial pode ajoelhar-se com uma perna, (a mesma da mão que efetua o saque); e empunhar sua arma na outra perna que vai estar semi-flexionada. Bom para usar como “back up” e para o uso
velado.
Portes táticos – Coldre de Perna e de Colete
COLDRE DE PERNA
O objetivo deste coldre é levar a arma mais abaixo da linha da cintura, porque os coletes táticos carregam muito material, o que pode prejudicar o saque ou uma transição (saque da arma curta na pane da arma longa); O coldre não deve ficar muito embaixo, no joelho por exemplo, pois vai prejudicar um deslocamento correndo, bem como muito alto na cintura, porque perde seu objetivo.
COLDRE DE COLETE
A alternativa ao coldre de perna é o de colete, que dá também muita mobilidade ao policial, natural movimento de transição se preciso, e muito útil para quem trabalha como motorista da viatura.
NÃO ORTODOXOS
Muitas vezes a atividade policial pode exigir alguns tipos de porte não ortodoxos, então o policial deve usar a criatividade, o engodo, para iludir o alvo. Pode ser a arma empunhada dentro de uma caixa de pizza, ou os exemplos a seguir:
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*Cumpre ressaltar que há bolsas específicas para uso policial, e as policiais devem encontrar um jeito de realizar seu saque eficazmente, sabendo onde se encontra sua arma dentro da bolsa se for esta sua escolha de porte.
muito boa tuas reportagens
ResponderExcluirMuito bom. Você tem algum material de referência ou fonte? Obrigado.
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