sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Apresentação:


Meu nome não vem ao caso agora, os mais próximos sabem que eu sou, e não vou citar lugares específicos em alguns casos, e somente cumpre ressaltar que vivo no mundo da Polícia. 
Ingressei no ambiente policial em 2004, antes disso sequer sabia qual a função específica das polícias, militar, civil, federal... a não ser a comum curiosidade infanto-juvenil sobre instituições equivalentes, talvez pelo simples fato de andarem armados e em viaturas.

Quando da minha nomeação, portanto não é uma situação iniciada neste governo, e até os dias de hoje, se vive a situação “sui generis” de a Academia de Polícia não ser parte do concurso para Polícia Civil, fato este bastante grave quando analisados os perigos de se nomear policiais e não os colocarem em condições do porte de armamentos ou cientes dos procedimentos das várias técnicas e posturas dentro da condição de policial. Perigo para o policial e para a própria sociedade. Esta situação está para mudar, porque o novo estatuto da polícia civil parece contemplar a escola de formação numa das etapas do concurso, assim obrigatória antes da nomeação. Parece uma atitude acertada.

Críticas a parte, passei 3 meses como “estagiário” denominação do policial sem formação da academia, numa delegacia especializada em crimes contra o patrimônio. No começo só para confeccionar boletins de ocorrência, mas após pouco tempo já estava indo pra rua e fazendo parte de uma equipe. Isto me deixou muito ciente de que precisava cada vez mais buscar conhecimento. Após isso, aí sim, fiz minha escola de formação policial na Academia de Polícia Civil, e adquiri o mínimo de conhecimento para ingressar nos quadros da polícia; a seguir desde início de 2005 até final de 2009, estive lotado numa unidade que presta apoio às outras, na maior parte do tempo na Subdivisão de Operações, onde fiz e mantenho muitos irmãos e os mantenho até hoje.

Em dezembro de 2009 consegui transferência para minha atual unidade, onde fiquei na condição de não cursado até 2012, quando iniciei e concluí meu Curso de Operações Táticas Especiais (COTE), passando a fazer parte do time tático da mesma até maio de 2013. Experimentei então por 1 ano e meio a experiência como Tripulante Operacional de Helicópteros num Grupamento Aéreo, na época sob direção da Secretaria de Segurança Pública, para tal, concluí o Curso de Operações Aéreas da Polícia Civil do Distrito Federal, contando com o apoio da unidade co-irmã, a Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil do Distrito Federal, e tempos depois, em 2014 retornei a minha casa.

Desde 2009 participo de equipes de instrução para formação de novos policiais, e treinamentos a unidades em geral por todo estado, sobretudo em Técnicas Policais, tais como abordagem, algemamento, entradas, perímetro, entre outras; rapel; técnicas em ambientes aquáticos. Também tive a grata experiência de participar de treinamentos ministrados por policiais de outras unidades e de outros estados, como treinar com a Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a CORE, lá mesmo no Rio, e ter um segundo da rotina dos policiais de lá, que vivenciam a guerra diária contra o tráfico e as milícias.

A ideia desta página é discutir sobre técnicas, apresentar novidades e estabelecer pontos de vista sobre alguns tópicos. Assim, em primeiro lugar o que sempre é observado em unidades que se destacam positivamente no cenário nacional, é respeito e disciplina.

Respeito não quer dizer que o operacional deve se furtar a dizer o que pensa, ou que seja punido por isso, mas que toda discussão tenha por norte o bem da unidade como um todo, que todos sejam igualmente respeitados. O senso comum aceita que o bem de uma unidade é o bem para todos dentro dela. Em contra partida, privilégios e tratamentos especiais acarretarão em falsidade entre os membros da unidade, um receio de desagradar a corrente dominante e privilegiada. Tomadas de decisão quanto a assuntos não convergentes, um bom parâmetro é a experiência, portanto é tido como certo o dizer “Antiguidade é Posto!”.

O “antigão” que é comprometido com os objetivos da unidade provavelmente já viveu situações muito parecidas com a maioria dos conflitos de ideias, e pode ter opiniões que encurtem caminhos e poupem estresses. Outro ponto de convencimento é a argumentação, e para tal, o policial deve ser um estudioso para poder alimentar seus argumentos. Unidades mais táticas sempre tem uma certa tensão nestes pontos, porque muitos tem muito conhecimento, mas quando sempre treinam juntos experimentam as diversas técnicas, são capazes de chegar a um ponto em comum com a maioria e definir seus procedimentos. Isto é um grau razoável de profissionalismo, e somente se é conseguido com um comprometimento dos membros das equipes como um todo, e vem, portanto, com a disciplina.

Disciplina é a característica do policial comprometido com os seus camaradas que tem a consciência que sempre que deixar algo a ser feito, vai pesar para outro fazer. O policial disciplinado não é aquele que procura agir além de seus deveres, mas que faz sua parte. Se todos fizerem sua parte, o resultado positivo também é de todos.

Partindo desta apresentação, espero que cada vez mais, policiais interajam entre si, e principalmente busquem profissionalismo, que é a palavra chave para o combate à criminalidade.
A partir daqui passo a colocar alguns temas.
"HONOR - FIBER - FORTIS ANIMUS"

Nenhum comentário:

Postar um comentário